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Qual o manejo da fimose em crianças?

  • Writer: Dr. João Paulo Urologista
    Dr. João Paulo Urologista
  • Dec 7, 2023
  • 2 min read

Updated: Jan 21, 2024

Núcleo de Telessaúde Rio Grande do Sul

Qual o manejo da fimose em crianças?

O manejo indicado depende do tipo de fimose e da presença de complicações. Fimose é definida como a incapacidade de retrair o prepúcio. Ela pode ser:


  • Primária (ou fisiológica): ocorre em quase todos os recém-nascidos e resolve espontaneamente em >90% dos meninos nos primeiros 5 anos de vida, devido às aderências congênitas bálano-prepuciais. No exame físico, observa-se orifício prepucial complacente (distensível) e sem cicatrizes.

  • Secundária (ou patológica): definida como prepúcio verdadeiramente não retrátil secundário a cicatrizes do prepúcio distal, com anel fibroso esbranquiçado e contraído e não distensível. Esse tipo de fimose é frequentemente associada aos seguintes sintomas: balanopostites recorrentes, prepúcio não retrátil após período de retratilidade quando mais jovem, sangramento do orifício prepucial, disúria, ereção dolorosa e “balonamento” do prepúcio durante a micção resolvido apenas com compressão manual.


Para todos os pacientes com fimose primária sem complicações, recomenda-se cuidados gerais, que incluem:


  • Evitar tração forçada do prepúcio ou “massagens” (para evitar sangramento e fibrose, com subsequente desenvolvimento de fimose patológica);

  • Tração gentil do prepúcio durante as trocas de fralda e/ou durante o banho, que usualmente irá retrair o prepúcio e expor a glande gradual e progressivamente.


Enquanto o prepúcio vai sendo naturalmente retraído, lavar e secar a região exposta. Após a tração do prepúcio, sempre reduzir a tração (recobrir a glande) para evitar parafimose (quando o prepúcio fica retraído abaixo da glande e não pode ser reduzido a sua posição normal), que resulta em congestão venosa e linfática da glande.


Quando o menino vai ficando mais velho, deve ser instruído a fazer essa tração gentil no banho, higiene adequada e redução da tração (recobertura da glande).


Após os 2 anos, se o menino persistir com a fimose primária sem complicações e a família preferir acelerar o processo de retração prepucial, pode ser utilizado tratamento com creme ou pomada de corticoide tópico, duas vezes ao dia, por 4 a 8 semanas.


Para uso da medicação, o prepúcio deve ser gentilmente tracionado até o limite e, então, o corticoide deve ser aplicado, com redução da tração do prepúcio após o uso.


São opções de corticoide tópico: dipropionato de betametasona 0,05% creme, valerato de betametasona 0,1 a 0,2% creme ou pomada, mometasona 0,05 a 0,1% pomada, triamcinolona 0,01 a 0,5% creme ou pomada, clobetasol 0,05% creme, dexametasona 0,1% creme, fluticasona 0,05% creme, hidrocortisona 0,2% pomada ou creme. Não existem evidências quanto a superioridade de um corticoide sobre o outro.


Não havendo resolução da fimose fisiológica sem complicações mesmo com tratamento conservador, o paciente pode ser encaminhado para tratamento cirúrgico, se a família ou o paciente assim o quiserem (por motivos pessoais, culturais ou religiosos).


Para todos os pacientes com fimose primária com complicações (episódio prévio de parafimose, balanopostites severas ou recorrentes, “balonamento” durante a micção que necessita de compressão manual para esvaziá-lo, infecções urinárias de repetição) ou fimose secundária está indicado tratamento inicialmente com corticoide tópico (mesmo esquema descrito acima). Não havendo resolução com o tratamento conservador, o paciente deve ser encaminhado para tratamento cirúrgico.


Pacientes com balanite xerótica obliterante (dermatite atrófica crônica) devem ser encaminhados para tratamento cirúrgico sem a tentativa de tratamento conservador prévio.


FONTE: https://www.academicoo.com/artigo/qual-o-manejo-da-fimose-em-criancas

 
 
 

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